Foi isso que Jesus disse ao coxo que há muitos anos perdia a oportunidade de entrar na água do tanque agitada pelo anjo. O pobre moço jamais conseguira chegar no momento milagroso, porque se vitimizava e acreditava depender de quem o transportava até o local da benção, que para ele era a única condição para se curar. Entretanto, Jesus o desafiou, com o imperativo que dá título a esse texto. O homem poderia ter colocado empecilhos, ter se colocado na defensiva. Como poderia ele carregar seu próprio leito, se sequer andava? Levantar-se era o que não poderia fazer. Jesus, entretanto, conforme Seamands (1996, p.88) não pretendia com isso apenas "aguçar seu desejo e reavivar suas esperanças mas também desviar sua atenção do tanque para a Pessoa; das águas agitadas para aquele que é a fonte da água viva".
Às vezes estamos tão apegados a métodos e maneiras que nos foram impostas para recebermos a benção, e focamos tanto nisso, que acabamos não a recebendo. Perdemos anos e anos correndo atrás de profetas, de "locais de benção", de promessas, que passamos a viver uma vida de coxos espirituais. Sempre estamos precisando, nessas condições, de um apoio, de alguém para nos levar a Deus, como se não fôssemos capazes de alcançá-lo. Isso explica porque muitas igrejas estão lotadas, já que adotam como seu foco central o alcance de bençãos. Criamos certos amuletos, condições sem as quais não recebemos nenhuma benção divina. Tornamo-nos cristãos altamente supersticiosos e mesquinhos, desconhecendo o autor de todas as graças recebidas. Criticamos muitas vezes a idolatria, mas somos idólatras do mesmo jeito: "só acontece se for assim, se fizer isso ou aquilo" NÃO. Não existe métodos certeiros, receitas milagrosas, maneiras infalíveis para se alcançar a benção. É uma questão de fé, de entrega de si, de vontade Divina. Se Ele quiser e o indivíduo buscar, recebe. Como diz as sagradas escrituras: "Batei, batei e abrir-se-vos-á. Buscai e encontrareis". Não estejamos focados nas águas agitadas do tanque, mas na fonte da água da vida: Jesus.
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